Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho. Ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém. Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça. Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem. Mas os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da matriz. O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem. Envelhecemos. E então algo começa a mudar. Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes. Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas. Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância. E isso é uma dor imensa para os pais. Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebem as mínimas faíscas no olho ...